quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Constantino Mendes compositor de ¨60 dias apaixonados¨ morre aos 57 anos

Queridos amigos e parceiros , a musica Brasileira perdeu mais um compositor, autor de um hino da nossa musica sertaneja ¨60 dias apaixonado¨ na voz de Chitãozinho e Xororó.

O cantor e compositor Constantino Mendes. Ele tinha 57 anos e, segundo informações, teria morrido de parada cardíaca, após passar por uma cirurgia e aparentemente, estava muito bem. Mas, as informações dão conta de que alguns exames feitos recentemente mostraram que ele precisaria de uma cirurgia para corrigir problemas no coração.


Por sinal, foram as coisas do coração que tornaram Constantino conhecido nacionalmente, como compositor, depois que a dupla Chitãozinho e Xororó gravou, em 1979, a música “60 Dias Apaixonado”, composição dele e de outro paulista, o Darcy Rossi.

“60 Dias Apaixonado” foi composta  quando o estado de Mato Grosso do Sul ainda não existia. No documentário “Nesses Versos”, Chitãozinho conta que a música foi encomendada a Constantino, numa época em que a dupla fazia muitos shows aqui na nossa região.


A dupla queria uma música com o bordão “60 dias apaixonado”, famoso nas rodas dos peões da região. O refrão e a música foram feitos por Constantino e depois repassada ao compositor Darcy Rossi, que finalizou a canção.

Mas, não foi apenas Constantino que ficou conhecido com “60 Dias Apaixonado”. A até então desconhecida – para muitos – Aparecida do Taboado, também ficou famosa. A pequena cidade de Mato Grosso do Sul passou a ser chamada de “a cidade dos sessenta dias apaixonado”.

A música de Constantino é motivo de orgulho para a população de Aparecida do Taboado e uma espécie de segundo hino da cidade. Um monumento, logo na entrada da cidade, saúda os visitantes com a frase:“bem vindos à terra dos 60 dias apaixonado”.

Constantino Mendes levava uma vida simples em Jales, onde morava e onde está sendo velado. Seu corpo será sepultado às 17:00 horas desta quinta-feira. Abaixo, um vídeo com Chitãozinho e Xororó cantando “60 Dias Apaixonado”:



domingo, 5 de janeiro de 2014

Morre Nelson Ned aos 66 anos

O cantor Nelson Ned, de 66 anos, morreu na manhã deste domingo (5) no Hospital Regional de Cotia, em São Paulo. Ele estava internado desde sábado com pneumonia.
O cantor em imagem de 1987 (Foto: Juvenal Pereira/Estadão Conteúdo)O cantor em imagem de 1987
(Foto: Juvenal Pereira/Estadão Conteúdo)
Segundo funcionários da Funerária Muncipal de Cotia, o cantor morreu às 7h25 em decorrência de "choque septico, sepse, broncopneumonia e acidente vascular cerebral". O corpo irá sair da funerária em Cotia e deve chegar no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, por volta das 16h deste domingo. A princípio, o velório será só para a família. Depois, será aberto aos fãs.
Segundo a irmã Neuma Nogueira, que cuidava do cantor em São Paulo, Nelson teve infecção pulmonar e urinária e não respondeu ao tratamento. “Ele teve febre muito alta e estava muito debilitado. Nos últimos 2 dias, ele já estava inconsciente e respondia muito pouco”, disse.
Natural de Ubá, Minas Gerais, Nelson Ned fez fama como cantor de músicas românticas nos anos 60, quando já vivia no Rio de Janeiro. "Tudo passará", de 1969, foi um de seus grandes sucessos. 
Em 2003, o cantor sofreu um acidente vascular cerebral. Desde então, vivia no Recanto São Camilo, na Granja Viana, em Cotia, sob a guarda e cuidados de Neuma. O AVC afetou sua parte vocal, assim como memória. Ned foi casado duas vezes e teve três filhos com Marly, sua segunda esposa: duas filhas, de 32 e 33 anos, e um filho, que mora no México. Segundo a irmã Ned Helena, as filhas irão acompanhar o velório em São Paulo.

Morre Reginaldo Rossi o rei do brega

Foto: Cecília Sá Pereira/DP/D. A Press

Nenhuma metáfora de bar, tristeza ou desilusão conseguirá traduzir,a dor da partida do Rei do Brega, o cantor Reginaldo Rossi. O artista pernambucano de 70 anos morreu dia 20/12/2013 depois de permanecer 23 dias internado no Hospital Memorial São José, na Boa Vista, no Recife. Ele havia sido internado com dores no tórax e nas costas, mas descobriu a existência de um tumor no pulmão, enfrentou sessões de quimioterapia, hemodiálise e precisou de sedação e ajuda de aparelhos para tratar a doença.


Reginaldo Rossi entra para a história da música como uma das vozes mais românticas do país. Em mais de 50 anos de carreira, ele cantou os desencontros do sentimento humano, especialmente ilusões, fetiches, dores e desamores comuns aos relacionamentos. Contemporâneo de uma geração tachada de brega por cantar canções idolatradas pelo povo, ao lado de Odair José, Amado Batista, Wando, Agnaldo Timóteo, Fernando Mendes, entre outros, Rossi inverteu a lógica do rótulo e abriu espaço para um gênero musical marginalizado no Brasil.



O cantor reformulou o conceito de brega e, com músicas e declarações, esfregou na cara da sociedade a incoerência entre a crítica e a vida real. Democratizou os sentimentos, uniu pobres e ricos nas emoções e na mesa do bar, universalizou a dor, o amor, o chifre e a alegria da roedeira ao pé de um garçom, definido por ele como o confessor da humanidade, personagem inspiração para o maior sucesso musical. "Quando o chifre dói, o diploma cai da parede", "Não há quem não bregue depois de três doses" e "No mundo inteiro, é romântico, mas, aqui, quem faz romantismo é brega" foram frases de uma filosofia levada adiante em mais de 300 composições gravadas ao longo da carreira.

Dono de uma uma cabeleira fora dos padrões de beleza, de uns óculos escuros onipresentes, camisa sempre aberta no peito e uma voz inconfundível, Reginaldo fez sucesso incontestável para além das fronteiras do estado. Começou com o rock e o balanço da Jovem Guarda no grupo Silver Jets. Depois, em carreira solo, enveredou pelas músicas românticas. Dominou o Norte e o Nordeste. Com a canção Garçom, lançada em 1986, chegou ao restante do país e se consolidou como artista nacional.

Reginaldo Rossi assumiu a condição de popular das músicas às declarações. Orgulhava-se de preferir os termos usuais para compor, em vez de se valer das palavras rebuscadas agradáveis apenas à crítica. "Eu canto para o povão", mandou avisar por meio dos médicos, já do leito do hospital. As letras sempre remeteram à simplicidade: a tristeza depois de ser deixado pela pessoa amada, os suspiros nas carícias do casal, a traição, o bailinho, a ausência e a canalhice. Vieram A raposa e as uvas, Mon amour, meu bem ma femme, Tô doidão, Deixa de banca, Garçom.

Com o microfone nas mãos, desferiu golpes duros no machismo, ao exigir igualdade amorosa para as mulheres, criticou a hipocrisia homofóbica, deu leveza ao chifre, calo social brasileiro muitas vezes combustível para atos de violência. "Por que o homem pode chifrar, chifrar, chifrar e a mulher não pode fazer nada?”. Rossi deu transparência ao sentimento.

O cantor havia se apresentado pela última vez em João Pessoa, depois de enfrentar três apresentações seguidas no Manhattan Café Theatro, em Boa Viagem, no Recife. Estava com show marcado no revéillon, no Pina, Zona Sul do Recife, cidade cujo hino informal é uma de suas composições mais adoradas: "Recife, a minha cidade, o meu lugar". Fumante inveterado de mais de dois maços de cigarro ao dia, consumidor de uísque misturado com Coca-Cola e jogador contumaz de pôquer, Reginaldo deixa a esposa Cileide e o filho Roberto. Mais: deixa órfã uma legião de fãs acostumados a cantar, sorrir e chorar ao som de letras capazes de desvendar e espalhar cada retalho da alma humana.